Escrito por: Assessoria de Comunicação SINPAF
Na próxima quarta-feira, dia 16 de outubro, os 7.685 trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa em todo o Brasil entrarão em paralisação nacional. A decisão foi tomada em assembleias realizadas em todo o país, refletindo a insatisfação generalizada com a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024-2025.
A Embrapa, uma das maiores instituições de pesquisa agropecuária do Brasil e do mundo, com um orçamento de R$ 4 bilhões e 43 centros de pesquisa de Norte a Sul do Brasil, desempenha um papel importante no desenvolvimento agropecuário do Brasil, sendo única em sua função. No entanto, seus/suas trabalhadores/as, que são a base desse sucesso, estão há anos acumulando perdas salariais significativas e, por isso, exigem valorização adequada.
Os/as trabalhadores/as acumulam uma perda de 16,24% nos salários desde 2018, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A proposta apresentada pela Embrapa oferece um reajuste salarial de apenas 2,58% para 2024, que não cobre sequer a inflação do período.
Além disso, a empresa propôs o mesmo reajuste de 2,58% para benefícios como auxílio alimentação e auxílio creche, aprofundando ainda mais as perdas. Para 2025, a Embrapa propõe um reajuste que cobre 100% da inflação, o que ainda é insuficiente diante das perdas acumuladas. Em vez de negociar uma solução justa ao longo das 16 rodadas de negociação, a empresa optou por apresentar um "pacotão", sem levar em consideração as prioridades dos/das trabalhadores/as, impondo um acordo bianual que não repõe as perdas reais.
Além da questão salarial, há também uma série de demandas sociais relevantes que foram ignoradas pela empresa e que não têm impacto financeiro significativo, como a concessão de créditos aos técnicos e assistentes em publicações científicas, a implementação de políticas eficazes de combate ao assédio moral e sexual, e a proteção a gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres. A postura da Embrapa ao não avançar nesses pontos reflete uma gestão que desconsidera questões essenciais para a dignidade dos seus/suas trabalhadores/as.
Outro ponto crítico é a resistência da empresa em atender à demanda histórica pelo Adicional de Escolaridade para Técnicos e Assistentes. Esses profissionais, que têm investido em sua qualificação sem apoio da empresa, são fundamentais para o bom funcionamento da Embrapa. Embora muitos já possuam graduação, pós-graduação, mestrado e até doutorado, a empresa se recusa a reconhecer formalmente esse esforço com a concessão do adicional, perpetuando uma política de desvalorização e desigualdades. Essa falta de reconhecimento gera frustração entre os/as trabalhadores/as, que desempenham funções de alta complexidade e contribuem significativamente para o sucesso da empresa.
A paralisação nacional busca corrigir essas injustiças e garantir que os trabalhadores sejam adequadamente valorizados por seu papel no sucesso da empresa.