Escrito por: CUT Sergipe

Servidores de Itaporanga D’Ajuda paralisam na sexta pelo direito ao salário

Assembleia unificada do ITASIND e SINTESE aprova agenda de luta contra a lei na qual servidores farão empréstimo para receber salários de outubro, novembro e dezembro/2023

Em assembleia geral unificada, professores e servidores do SINTESE e do ITASIND, sindicatos filiados à CUT/SE, aprovaram paralisação e agenda de luta sindical até receber o salário de outubro/2023.

Contra o projeto de lei do prefeito de Itaporanga D’Ajuda Otávio Sobral, que quer que os servidores municipais peguem empréstimo no banco para receber o salário de outubro/2023, todas as categorias de servidores públicos seguiram em caminhada de luta pelas ruas da cidade até o prédio da Prefeitura, na manhã desta segunda-feira, dia 23/10, logo após a assemleia geral que ocorreu no Auditório de Itaporanga D’Ajuda. Chegando lá, os trabalhadores encontraram o prédio da Prefeitura com as portas fechadas.

Para a vice-presidenta do SINTESE, Ivônia Ferreira, é lamentável esta luta que os servidores de Itaporanga D’Ajuda enfrentam para receber seu salário, que é um direito constitucional.

Na semana passada, mesmo com a luta sindical e com a cobrança dos trabalhadores que acompanharam de perto as votações, a proposta referente ao empréstimo para pagar salário foi aprovada pela maioria dos vereadores na sessção planária da Câmara de Vereadores de Itaporanga D’Ajuda na terça 17 de outubro.

Jemesson de Jesus, presidente do ITASIND e diretor da CUT, declarou que os servidores de Itaporanga D’Ajuda não acreditam no que está acontecendo no município. “Os servidores de Itaporanga estão passando um grande aperreio com este Projeto de Lei aprovado. Muitos vem até mim para falar das dificuldades enfrentadas, além das restrições que tem junto ao Banese, pois alguns servidores acumularam dívidas e não tem condição de fazer a quitação das dívidas que exige o pagamento da entrada. A Prefeitura de Itaporanga D’Ajuda tem que agir com mais transparência”, criticou o presidente do ITASIND.

A vice-presidenta do SINTESE, Ivônia Ferreira, que esteve presente no protesto, na assembleia e nas votações do projeto de lei, destacou que a desinformação tem sido usada como arma para confundir servidores públicos e toda a população do município.

“O prefeito e os vereadores dizem que estão concedendo abono, mas na verdade trata-se de um empréstimo. Abono é a modalidade que o Banese utiliza para se referir ao empréstimo concedido aos servidores. É uma palavra que está confundindo servidores e professores de Itaporanga D’Ajuda. Muitos ainda não entenderam a gravidade desta lei que desrespeita o direito dos servidores de receberem salário sem ter que tomar empréstimo para isso. Parece uma chantagem. Por isso todas as categorias aprovaram uma agenda de luta para deixar claro que não iremos aceitar esse absurdo em Itaporanga”, declarou a professora Ivônia Ferreira.

Agenda de Luta
A agenda de luta aprovada começa nesta terça-feira, dia 24 de outubro de 2023, às 17h, com nova manifestação em frente à imagem da Santa Nossa Senhora D’Ajuda. Na sexta, dia 27/10 e na terça-feira, dia 31/10, estão previstos dois dias de paralisação com indicativo de greve até o recebimento do salário de outubro/2023.

24/10 (terça): Vigília de luta em frente à imagem de Nossa Senhora D’Ajuda, às 17h;
27/10 (sexta): Paralisação
31/10 (terça): Paralisação com indicativo de greve até o recebimento do salário.

Fetam/Se no Protesto
A Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Sergipe (Fetam/Se) esteve presente no protesto, representada pelo vice-presidente da Fetam/Se Givaldo Sena e João Fonseca (diretor estadual da CUT/SE e da Fetam). O Sindsocorro também prestou apoio ao protesto através da presença de Wellington do Espírito Santo.

“A Fetam levou o apoio ao companheiros do ITASIND, servidores e professores. Até o dia 31 nenhum servidor deve ir ao banco para pegar empréstimo. Nossa presença foi importante para mostrar para a gestão e para a população de Itaporanga que os servidores não estão sozinhos. Essa proposta de colocar o servidor para pegar empréstimo pra receber o salário é complicada, pois o dinheiro vem para o município, e o município é quem tem que pagar o servidor. É importante lutar para que isso não aconteça e para que não seja disseminada esta proposta para outros municípios de Sergipe”, declarou Givaldo Sena.

Segundo João Fonseca, a explicação da Prefeitura é que trata-se de um ‘empréstimo preventivo’ caso não haja dinheiro para pagar o salário integral dos servidores.

“A Gestão Municipal está supondo que não terá dinheiro e sugere que os servidores tomem empréstimo para garantir o seu próprio salário. Isso não tem o menor sentido. É, no mínimo, uma desorganização. O município não sabe se vai ter dinheiro para pagar os servidores? E pra que serve uma Secretaria Municipal de Finanças ou de Administração ou de Planejamento? Essa história está mal contada”, declarou o diretor da CUT/SE e da Fetam/Se, João Fonseca.

Segundo João Fonseca, o município possui cerca de 1.342 servidores no total, destes, 742 são efetivos e cerca de 600 são trabalhadores com contrato temporário. "A Prefeitura pecisa gerir o município com responsabilidade e transparência", afirmou João Fonseca.