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Servidores do Estado cobram valorização salarial prometida por Mitidieri

"A promessa de campanha de valorizar os servidores precisa ser cumprida", afirmou Anselmo Menezes (SINDASSE)

Publicado: 21 Março, 2023 - 16h33 | Última modificação: 21 Março, 2023 - 17h07

Escrito por: Iracema Corso

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Servidores estaduais acumulam perdas e reivindicações após 10 anos de arrocho salarial. Além da reposição das perdas, sindicatos cobram mais diálogo com governo Mitidieri.

Servidores públicos do Estado que estão há 10 anos sem reajuste salarial estão esperançosos desde o início do mês de março quando o governador de Sergipe Fábio Mitidieri anunciou na mídia sergipana que irá conceder reajuste linear para todos os servidores a partir de abril.

A CUT conversou com vários sindicatos de servidores públicos estaduais para saber a opinião de diferentes categorias sobre a promessa de reajuste salarial.

Para o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Sergipe (SINPOSE), Klebson Soares, a concretização do reajuste linear será positiva. “Principalmente se, ao longo dos 4 anos de governo, tivermos reajustes lineares que compensem a inflação”, afirmou o presidente do Sindicato dos Peritos.

Klebson explica que a situação dos peritos é bem específica, pois no ano passado eles conseguiram uma gratificação.

"Nossa proposta é fazer a incorporação da gratificação e transformar a remuneração em subsídio, trazendo maior segurança para a categoria. Dentre outras reivindicações, está também a promoção automática das classes. Isso fez parte de uma proposta da categoria numa carta de compromisso assinada pelo então candidato Fábio Mitidiere. Esperamos e estamos otimistas que o governador cumprirá o compromisso assumido”, detalhou o presidente do SINPOSE. A diretoria do SINPOSE já buscou a SEAD para discutir o assunto e aguarda um agendamento.

Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (SINDIJOR/SE), Milton Alves, o reajuste linear prometido não contempla a demanda dos jornalistas de Sergipe que lutam por valorização profissional e fortalecimento da Aperipê.

“Ao contrário da gestão Belivaldo Chagas, em três meses de gestão Fábio, tivemos oportunidade múltiplas de conversar com o governador, bem como ser recebido pelos mais variados secretários. A forma de gestão da comunicação pública e a postura de debate voltado para o interesse dos jornalistas aparenta mais progressista. Seguimos apenas monitorando para que as promessas sejam cumpridas”, declarou Milton.

Saúde e a Mesa Permanente de Negociação
O presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulância de Sergipe (SINDCONAM), Robério Batista, informou que o seu sindicato já iniciou o diálogo com algumas secretarias, solicitou audiência com o governador, mas ainda não teve retorno. Antes das eleições, o SINDCONAM apresentou uma Carta Compromisso que foi assinada pelo então candidato garantindo a recuperação gradativa das perdas salariais dos condutores de ambulância.

“Ainda não estamos animados com a promessa. O que vai contemplar a categoria é a efetividade do reajuste, é o governo na prática cumprir com o que foi acordado. Esperamos que o governador Fábio Mitidieri realmente cumpra com o combinado junto à categoria. Tem categoria que está há 12 anos sem recomposição salarial, sem sequer receber o percentual referente à inflação de cada período, o que chegou a quase 100% de defasagem, portanto, é preciso sentar com o Governo e sua equipe para discutirmos sobre essa questão”, afirmou Robério, presidente do SINDCONAM.

Para o SINDASSE (Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe), o reajuste não deveria ser linear e sim reajustes diferenciados por faixa salarial, ou seja: maior para quem ganha menos e menor para os maiores salários.

“Só assim o Governo poderia praticar equidade ao beneficiar aqueles servidores de poder aquisitivo menor e que sofrem mais com as perdas salariais e com a inflação que corrói o poder de compra de quem ganha menos, a exemplo dos que recebem salário mínimo. Somente assim o governo Fábio Mitidieri faria justiça”, afirmou o dirigente do SINDASSE Anselmo Menezes.

Tendo como base, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA), referente ao período compreendido entre 2015 e 2021 em que os servidores ficaram sem reajuste, o conjunto dos sindicatos CUTistas da área da saúde (Sindasse, Sindinutrise e Sinpsi), além do Sintrafa e Sindifarma, avalia que o reajuste deve ser de 38% para diminuir minimamente as perdas salariais acumuladas no período.

O SINDASSE também enviou ofício no último dia 09/3 para a secretária da administração (SEAD), Lucivanda Nunes Rodrigues, solicitando a abertura da Mesa Permanente de Negociação do governo.

“Encaminhamos as pautas da categoria, mas até agora não fomos convidados a dialogar. A partir do momento em que o Governo prevê estudos, inclusive com a perspectiva real de recuperar parte das perdas vivenciadas pelos trabalhadores ao longo dos últimos anos, observamos como um movimento positivo voltado aos servidores. Foram 10 anos de perdas entre 2011 e 2022. Se deparar com essa tendência, é algo que chama a atenção para o aspecto positivo”, declarou Anselmo Meneses do SINDASSE.

Durante o mês de fevereiro, vários sindicatos de trabalhadores da saúde se reuniram e construíram coletivamente uma proposta de Acordo Coletivo (acesse o link e saiba mais). Esta proposta foi enviada para o Governo de Sergipe e os sindicato da saúde aguardam a resposta com a data de início da Mesa Permanente de Negociação.

Entre os sindicatos que participaram desta construção, o SINDINUTRISE (Nutricionistas e Técnicos em Nutrição) já está sendo questionado pelos trabalhadores sobre o início da Mesa de Negocição. Mychelyne Guerreiro, coordenadora geral do SINDINUTRISE, destacou que o canal de diálogo com os sindicatos da saúde e os trabalhadores precisa ser aberto.

“A notícia do reajuste é positiva para o funcionalismo público do estado, entretanto, até o momento, não houve chamamento para negociação nem diálogo com os representantes dos trabalhadores, isso deixa lacunas sobre quem será contemplado com o reajuste, já que temos, além de servidores do regime estatutário, empregados públicos com regime celetista, entre outras formas contratuais de trabalho. As perdas acumuladas superam os 40% ao longo de dez anos. Em 2022, houve reajuste escalonado, porém não atendeu às perdas inflacionárias. Estas podem se tornar ainda piores, considerando a proposta do governo de um reajuste linear”, avaliou Mychelyne.