Escrito por: Iracema Corso

Sindicalismo e Juventude é tema de Audiência Pública do MPT

Com o olhar voltado para o futuro do movimento sindical, a audiência pública realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no dia 29 de maio, reuniu lideranças sindicais de Sergipe para debater sobre ‘Sindicalismo e Juventude’. A audiência pública aconteceu em Aracaju, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 20ª Região e contou com a presença de estudantes, juventude, sindicatos e centrais sindicais.

A audiência pública foi coordenada pelo procurador do Trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (CONALIS), Ricardo Carneiro. A vice-presidenta do SINDIBARRA, Raiane Conceição de Carvalho, esteve presente na composição da mesa representando a juventude sindicalista.

O baixo índice de participação da juventude no movimento sindical foi o ponto de partida dos debates. Inclusive o objetivo da audiência pública foi incentivar a sindicalização da juventude e participação nas lutas do movimento sindical.

A vice-presidenta do SINDIBARRA, Raiane Conceição de Carvalho, destacou que a juventude enfrenta um problema muito grave que é o desemprego.

“Por causa da realidade do desemprego muitos não conseguem enxergar a importância do movimento sindical, porque a preocupação maior é com o emprego, a necessidade de ter uma renda e sobreviver. Sabemos que as formas de trabalho mudaram bastante. Temos vários setores uberizados e terceirizados. Há o avanço da tecnologia e a gente não sabe até que ponto isso nos favorece”, destacou Raiane Conceição.

A servidora municipal da Barra dos Coqueiros também declarou que é preciso avançar na luta  contra o modelo de trabalho 6x1 por se tratar de uma jornada excessiva e desequilibrada. “Esta é uma mobilização que surgiu nas redes sociais e deve ganhar impulso dentro das centrais sindicais. Precisamos organizar a revolta da classe trabalhadora e da juventude em uma frente de luta. Hoje são outras as formas de pensar, agir e se mobilizar, inclusive dentro do movimento sindical”, explicou Raiane.

Com 21 anos, Larissa Almeida, dirigente sindical do Sindicato de Trabalhadores Rurais e Agricultura Familiar de Poço Verde (STTR-Poço Verde), conta que o movimento estudantil foi a porta de entrada para sua participação no movimento sindical.

“Eu via a necessidade da juventude do campo se unir para conquistar melhores condições de estudo. Então a escola é um local importante, é onde a juventude começa a fazer suas escolhas. É preciso que a juventude compreenda o papel do movimento sindical para transformar sua vida”, declarou Larissa Almeida.

Para a psicóloga e dirigente sindical do SINPSI, Daiana Azevedo, presente na audiência do MPT, é fundamental trazer a juventude para renovar e enriquecer o movimento sindical.

“A juventude tem linguagem e ferramentas de comunicação próprias, que desafiam veteranos ao seu alcance, o que nos lembra a importância de revisarmos e modernizarmos nossas perspectivas e práticas, para o desenvolvimento de um projeto político – e sindical – que alcance os mais diversos grupos sociais e suas pluralidades”, observou Daiana Azevedo.

A dirigente sindical do SINPSI destacou que em contraponto aos projetos políticos de despolitização e desmobilização sindical em curso, é necessária a formação política da juventude ao longo da vida estudantil e acadêmica.