Escrito por: Iracema Corso

Sindicatos da CUT se unem e reformam telhado do STR São Cristóvão

Trabalhadoras e trabalhadores rurais de São Cristóvão comemoram a reforma na sede que impulsionou e transformou a luta sindical no município

Fundado no dia 10 de outubro de 1963, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de São Cristóvão (STR), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), nunca havia passado por uma reforma em sua sede.

Até o ano passado, o telhado apresentava sério risco de cair e por isso vinha sendo sustentado por uma viga de madeira. A presidenta do STR São Cristóvão, Maria do Carmo, junto ao presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, procuraram ajuda de vários sindicatos que se sensibilizaram e somaram esforços para custear uma reforma urgente.

“O movimento sindical perdeu muito de sua arrecadação nos últimos anos. Aqui pagamos conta de água, de energia, temos uma funcionária, então não havia recurso suficiente para colocar um novo telhado. Roberto teve a ideia de fazermos uma campanha online e assim conseguimos arrecadar o dinheiro”, explicou Maria do Carmo.

A agricultora afirmou que as obras começaram em novembro e já em dezembro de 2021 a sede do sindicato estava com telhado novo. “Temos muita gratidão, nós do movimento sindical de São Cristóvão, por esta soma de esforços dos companheiros sindicalistas da CUT. Imagine do jeito que está chovendo, como nós estaríamos sem essa reforma do telhado. Com certeza tudo já tinha caído”, comentou Maria do Carmo.

Cozinha Solidária
Em julho de 2021, na sede do Sindicato de Trabalhadores Rurais de São Cristóvão, foi inaugurada a Cozinha Solidária do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que segue em pleno funcionamento doando de segunda a sexta-feira cerca de 100 quentinhas para a população carente de São Cristóvão.

“A parceria com a Cozinha Solidária do MTST também se firmou por intermédio de Roberto Silva, presidente da CUT. Sempre recebemos, no sindicato, trabalhadores que vêm de outros povoados como Cardoso, Aldeia, Mosqueiro, Caípe, então na sede a gente dividia as refeições na medida do possível. Com a Cozinha Solidária está muito bom. Temos portas abertas, quem chegar, se tiver comida, come. É um projeto que somou bastante à luta e fortalecimento do nosso sindicato”, resumiu Maria do Carmo.

Luta sindical
A dirigente sindical relata que muitos trabalhadores rurais de São Cristóvão deixam o campo devido à proximidade com Aracaju, na ocasião de outra oportunidade de emprego, o que desmobiliza um pouco a base.

Localizado no Centro, Cidade Baixa de São Cristóvão, na Rua Rodagem Jardins, Nº 58, o Sindicato dos Trabalhadores rurais de São Cristóvão reúne cerca de 2 mil e 300 filiados que lutam por terra, saúde, educação, melhoria da qualidade de vida da mulher e do homem do campo, do idoso, entre outras pautas. “Nossa luta é no dia-a-dia, negociando com os governos por políticas públicas, nos Conselhos onde temos cadeira, pela melhoria da qualidade de vida do agricultor e da agricultora”, destacou Maria do Carmo.

Segundo a presidenta do STR São Cristóvão, as trabalhadoras e trabalhadores rurais do município têm o hábito de criar animais em suas pequenas propriedades de agricultura familiar. “Aqui as propriedades dos agricultores familiares não são grandes, a exemplo do que vemos no Sertão de Sergipe. Aqui plantamos em áreas bem pequenas e o cultivo é bem diversificado", explicou Maria.

A dirigente sindical também falou sobre as políticas públicas que precisam sair do papel para ajudar as trabalhadoras e trabalhadores rurais. "O agricultor daqui de São Cristóvão precisa da hora máquina para agilizar a produção de alimentos. A produção manual demora muitos dias”, afirmou Maria do Carmo.

Para seguir adiante na luta pelo direito à hora máquina, bem como pela conquista de outras pautas em favor da trabalhadora e do trabalhador rural, a presidenta do STR São Cristóvão reafirmou a importância da reforma no telhado que resultou na reestruturação da sede do sindicato. “Agradecemos mais uma vez à CUT e à cada sindicato que colaborou com a reforma. Isso fortaleceu bastante a nossa auto estima enquanto dirigentes sindicais e nos animou em nossa luta”.

Além da CUT, os sindicatos filiados à central que se uniram em prol da reforma do telhado do STR São Cristóvão foram: Sintese, Sindijus, Sindipema, Sindisan, Sindserv Poço Verde e o Sindicato de Servidores de Frei Paulo.