Escrito por: CUT Sergipe

Sindicatos protestam contra desvalorização dos servidores municipais de Aracaju

Num ato simbólico para criticar a falta de diálogo com os sindicatos e a desvalorização do serviço público, o Sindipema queimou um boneco do prefeito Edvaldo Nogueira na manhã desta quarta-feira, dia 31 de maio, em protesto na porta da Prefeitura de Aracaju.

Além das críticas pelo descumprimento da Lei do Piso do Magistério, o Sigma (Guarda Municipal de Aracaju) também organizou uma manifestação contra a desvalorização salarial da categoria.

Da mesma forma, os Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias, organizados no Sacema cobraram o cumprimento da Lei do Piso dos Agentes de Saúde.

A insatisfação de várias categorias de servidores públicos de Aracaju ocorre porque o diálogo e negociação junto à Prefeitura não adiantaram de nada. Desde o início da gestão, Edvaldo Nogueira não cumpre a Lei do Piso do Magistério, agora também não cumpre a Lei do Piso dos Agentes de Saúde e Combate a Endemias.

Como se não bastasse, o reajuste salarial de 7,5% concedido pela Prefeitura não favorece os servidores da Administração Geral que estão há 7 anos consecutivos sem reajuste e recebem pela tabela salarial deixada por João Alves em 2017. Para a Guarda Municipal, a Prefeitura aprovou um Plano de Carreira rejeitado pelo sindicato e que piorou a condição salarial da categoria.

A vice-presidente da CUT Sergipe, Ivônia Ferreira, participou do protesto do Sindipema levando o apoio da CUT aos servidores públicos de Aracaju desvalorizados pelo prefeito Edvaldo Nogueira.

“Precisamos dizer a Edvaldo Nogueira que nós somos empregados da população de Aracaju e que ele é pago com o dinheiro dos impostos igual a gente é, então nos respeite, pague o que deve, saia da escala de caloteiro porque professor não é caloteiro. Professor é trabalhador, a guarda municipal é formada por trabalhadores, assim como os agentes comunitários de saúde e de combate a endemias que servem a esta sociedade aracajuana que o senhor tanto desrespeita”, criticou a professora Ivônia Ferreira.

Dirigente do Sindipema, o professor Cláudio de Brito leu o texto em formato de cordel de sua autoria:
 

TESTAMENTO DE EDVALDO JUDAS NOGUEIRA


Ao povo de Aracaju,
que sabe que de zabumba sou tocador.
Deixo uma mensagem de opressão ao trabalhador
que em Aracaju é servidor

Criei mesa de negociação,
mas respeito às categorias eu não tenho não!
Dinheiro tem em conta, mas não gosto de usar.
Investimento em política pública, para mim é somente gastar!

Para os guardas municipais,
trabalhadores que a segurança nos garante
Deixo um armengue de plano
que fica pior que antes!

Na saúde que a população tanto sofre!
Prometo a vocês que já escondi a chave do cofre.
E você, cidadão, quando me encontrar no posto de saúde,
saia de perto e não me cobre!

Ao professor, que finjo ter tanto amor
Faço de conta que me preocupo,
mas na verdade toco o terror!

Escola coloco no chão,
mas piso não respeito, não!
Terceirizo tudo sem compaixão!
E não me preocupo quando falta matrícula para o filho do cidadão!

Nesse triste momento me despeço.
E sei que triste aqui ninguém ficará.
Tem gente que até fogos soltará
Porém, sem peso na consciência eu confesso
que minhas maldades, com certeza, na história ficará!