SINDITEXTIL Sergipe denuncia precarização de trabalho na INTERGRIFFES
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil em Sergipe , SINDITEXTIL , há mais de 3 anos vem denunciando a precarização das condições de trabalho, nas empresas do setor de confecção e de calçados no Estado de Sergipe.Dessa vez, a empresa...
Publicado: 22 Maio, 2012 - 12h41
Escrito por: Ana Carolina Westrup

O Sindicato dos Trabalhadores da Indstria Txtil em Sergipe , SINDITEXTIL , h mais de 3 anos vem denunciando a precarizao das condies de trabalho, nas empresas do setor de confeco e de calados no Estado de Sergipe.
Dessa vez, a empresa INTERGRIFFES, a antiga Vila Romana, novamente alvo do Sindicato. Acusada de persuadir os funcionrios a ingressarem em um banco de horas que os obriga a trabalharem durante todos os sbados, das 07 s 16h, com intervalo de 1 hora de refeio, a troco de10 dias de folgas coletivas, entre os feriados no final do ano, na poca natalina, sem receber qualquer tipo de hora extra.
Por ser um trabalho mecnico e repetitivo, os trabalhadores, pressionados pela empresa e ameaados de perder o seu posto de trabalho, acabam aderindo e esse famigerado banco de horas, muitas vezes em troca da sua sade.
O presidente do SINDITEXTIL, Gilzeldo Santos, afirma que um grande percentual dos trabalhadores da referida empresa acumula algum tipo de doenas provenientes das condies de trabalho dadas pela INTERGRIFFES.
A quantidade de trabalhadores que esto adoecendo absurda. Doenas psicolgicas e fsicas. A INTERGRIFFES tem cerca de 600 funcionrios, mais de 60% a 70% passam por algum tipo de distrbio no seu estado de sade afirma Gizeldo Santos.
Ao na Justia do Trabalho
Em setembro de 2011, portando o documento que obrigava os trabalhadores da INTERGRIFFES a construir um banco de horas em detrimento da sua condio fsica, o Ministrio Pblico do Trabalho e o SINDITEXTIL procuraram a Justia do Trabalho para fazer a denunciam atravs de uma Ao Civil Pblica, requerendo a proibio imediata do banco de horas e o pagamento das horas extras, estipulando uma multa superior a 40 salrios mnimos caso houvesse o descumprimento dessa ao.
O parecer da ento Juza substituta da 1 Vara do Trabalho, em Aracaju, Silvia Maluff, negou o pedido de liminar, legitimando a ao da empresa Intergriffes.
O Ministrio Pblico do Trabalho junto com o SINDITEXTIL est recorrendo da deciso.
Um pouco da histria da Vila Romana/Intergriffes
A Vila Romana uma empresa originria de So Paulo, se instalou em Sergipe no final dcada de 90, recendo do Estado incentivos fiscais. Durante dez anos funcionou Distrito Industrial de Aracaju, com mais de 600 funcionrios. Depois deste perodo, a empresa declarou falncia e, a direo da Vila Romana, com um artifcio de no pagar as verbas recisrias para seus empregados, transformou todo o valor devido, referente aos direitos trabalhistas, em cotas para a formao de uma pseudo cooperativa, cuja direo continuava estar sobre domnio dos antigos donos da Vila Romana.
Passado o tempo, em meados de 2010, a experincia da cooperativa deu lugar a formao de quatro novas empresas, tendo a Intergriffes como carro chefe. Todos os cooperados foram recontratados pela Intergriffes, contralada pelo mesmo grupo responsvel pela antiga Vila Romana, que tambm controlara a pseudo cooperativa.
Ao final deste imbrglio, os trabalhadores da Vila Romana/ Intergriffes perderam todos os direitos sobre as recises trabalhistas na poca da sua labuta na Vila Romana, durante o perodo de existncia da Cooperativa, mesmo tendo o desconto do INSS, no tiveram reconhecido o tempo de servio referente ao perodo de existncia da cooperativa e, na Intergriffes, possuem pouco tempo de servio, tendo em vista a sua recente atuao enquanto empresa.
Para Gizeldo Santos, essa articulao teve como nico objetivo escamotear as leis trabalhistas e driblar a arrecadao de impostos.
A criao da cooperativa foi uma ao fraudulenta. O patrimnio da cooperativa permanecia sob domnio da Vila Romana, o nico cliente da industria continuava a ser a Vila Romana, portanto, toda a operao industrial continuava sob controle da empresa, e, por ser uma cooperativa, ficava isenta da taxao de impostos. Para os trabalhadores, o sonho de ser acionrio de uma empresa foi substitudo por uma terrvel realidade de negao de direitos. A maioria deles tem na faixa de 40 a 50 anos de idade e, hoje esto refm de um mercado de trabalho que no mais os absorve, portanto, submetidos a uma poltica de explorao trabalhista no seu cotidiano, relata Gizeldo Santos.
Ato Publico
Na prxima quarta feira, dia 22 de maio, o SINDITEXTIL ir fazer um ato na frente da empresa INTERGRIFFES, a partir das 6 horas da manh, denunciando o grau de precarizao vivenciada pelos trabalhadores da referida empresa.
Servio
O que: Ato Pblico contra a precarizao do trabalho na INTERGRIFFES
Quando: Amanh, quarta-feira, 22 de Maio, s 6 horas da manh
Onde: Av. Adlia Franco, Distrito Industrial de Aracaju.
Fala com quem: Gizeldo Santos 8802-1084