SINERGIA prepara Campanha Salarial e Negociação do Acordo Coletivo 2022/2023
Publicado: 06 Setembro, 2022 - 17h58 | Última modificação: 06 Setembro, 2022 - 18h34
Escrito por: Iracema Corso

Na manhã do último sábado, dia 3 de setembro, aconteceu através de plataforma online o Encontro de Eletricitários de Sergipe, promovido pelo SINERGIA (Sindicato de Eletricitários de Sergipe), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe).
Segundo o presidente do SINERGIA, Sérgio Alves, o Encontro cumpriu a tarefa de reunir eletricitários de Sergipe numa reflexão política e estratégica para a construção da Campanha Salarial e Negociação do próximo Acordo Coletivo de Trabalho 2022/2023 dos Eletricitários da Energisa Sergipe.
“Estamos vivendo em um momento de retirada de direitos e inflação alta. Os Eletricitários estão preocupados com a manutenção de todas as conquistas Históricas, reposição de 100% da Inflação, ganho real, antecipação da PLR, Assistência Médica, Pagamento das Horas Extras Acumuladas e reajuste no Auxílio Alimentação. Sem participação, não há conquistas!”, destacou o presidente do SINERGIA, Sérgio Alves.
Análise de Conjuntura Nacional e Internacional
Presidente da CUT/SE, Roberto Silva fez a Análise de Conjuntura do Encontro. “Estamos num cenário de guerra. Há risco de guerra mundial eminente, e 33% das exportações brasileiras são para a China. Se os EUA entrarem em guerra contra a China, sofreremos uma depressão econômica histórica que vai piorar muito o quadro de pobreza e miséria no Brasil”, apontou Roberto, durante análise do cenário internacional.
Sobre o panorama nacional, o presidente da CUT/SE afirmou que é necessário que o recurso da saúde seja investido na saúde pública para beneficiar a população que mais necessita. “É crucial lutarmos também pela desmilitarização da Polícia. Os espancamentos na periferia e assassinatos, esta realidade é inaceitável. Precisamos acabar com a judicialização da política, acabar com o monopólio das Comunicações, fazer uma Reforma Política e cobrar que o Programa de Governo do candidato eleito seja cumprido sob pena de perda do mandato”, acrescentou Roberto Silva.
O presidente da CUT também ressaltou que neste momento o Brasil assume a política econômica de um país agro exportador, com o desmonte da Petrobrás. “Foi uma decisão política do Governo Bolsonaro que gerou um efeito nefasto de desemprego, especialmente no Nordeste, em Sergipe, onde a Petrobrás sempre exerceu um papel importante de propulsor da economia e do desenvolvimento”, observou Roberto.
O presidente da CUT/SE também fez um resgate sobre tudo que a esquerda e o movimento sindical enfrentou nos últimos anos. “Vivemos um ano eleitoral decisivo e além da luta para derrotar o fascismo, há divergências na esquerda. Parte da esquerda achava que não haveria golpe da direita depois das manifestações de 2013, mas o golpe aconteceu e, a partir dele, foram anos de muito retrocesso. Um dos resultados deste retrocesso e desmonte de políticas públicas e sociais, é que hoje já temos mais de 50 milhões de brasileiros passando fome”, alertou Roberto.
Para o presidente do SINERGIA, a Análise de Conjuntura foi muito importante para situar os Dirigentes Sindicais e a Categoria Eletricitária sobre a atual conjuntura Mundial, Nacional e Estadual.
Cenário Financeiro Nacional e Energisa
A Economista do Dieese em Sergipe Flávia Santana apresentou o cenário operacional e financeiro da Energisa e suas distribuidoras.
De acordo com Flávia Santana, em 2010, no governo Lula, a realidade era de investimento interno. Já em 2021, no governo Bolsonaro, na reabertura econômica pós pandemia o Brasil chegou a ter PIB negativo. A economista informou que o crescimento nacional em 2022 é estimado em 1,9% e em 2023 as projeções são de 0,4% de crescimento.
Com o olhar focado no setor elétrico, Flávia explicou que Sergipe teve o 4º menor consumo de energia elétrica no cenário nacional.
A economista do Dieese demonstrou queda na venda de energia e aumento da taxa de inadimplência. “Os problemas de estiagem e escassez hídrica enfrentados no ano passado foram resolvidos com a compra de energia Termoelétrica, que é dispendiosa. A partir deste problema, a empresa optou por transferir o prejuízo para a população usuária através do aumento da taxa de arrecadação. Na verdade, a opção melhor era que fosse criada uma política para resolver o problema ao invés de ficar ao sabor das alterações climáticas e cobrar a conta da população”, criticou.
Em sua apresentação, Santana afirmou que atualmente a empresa tem uma despesa com a Folha de Pessoal e de Benefício na ordem de R$ 17,5 milhões, com um decréscimo de 10,6%, enquanto a Receita Operacional Líquida da Energisa em Sergipe corresponde ao valor atual de R$ 403,9 milhões.