Escrito por: Caroline Santos (SINTESE)

SINTESE realiza em Aracaju o ato desamor de Belivaldo contra às mães aposentadas

Professoras aposentadas ocupam calçadão da João Pessoa e Sergiprevidência contra o confisco de 14% das aposentadorias

“Não aguento mais passar tanta necessidade, está tudo caro, o que recebo não dá para pagar minhas contas porque o confisco leva 14% do meu dinheiro. Sustentamos nossas famílias, temos filhos, netos, maridos desempregados. Somos a cumeeira da casa e com esse desconto não dá para sobreviver”, desabafou Maria de Fátima Santos professora aposentada do Estado.

A fala de Fátima não é isolada, essa tem sido a realidade de professoras e professores aposentados do Estado desde que o governo do Estado, através da reforma da previdência estadual, começou a descontar 14% das aposentadorias. Soma-se a isso a falta da atualização do piso conforme a lei e como último golpe a aplicação de somente 10,16% do percentual de 33,24% da revisão do piso de 2022.

“Vivo dependendo de créditos consignados para honrar minhas contas”, comentou em uma das postagens no instagram do SINTESE, a professora aposentada Ana Maria Santos.

Professoras e professores aposentados ocuparam o calçadão da João Pessoa na manhã desta quarta, 04, no ato “Desamor de Belivaldo às Mães Aposentadas”. Na ocasião foram distribuídos panfletos demonstrando como a política aplicada pelo governo Belivaldo com as aposentadas tem ocasionado o empobrecimento de uma grande parcela da população. Além disso que passava no calçadão também pode deixar seu apoio em um abaixo assinado que solicita a revogação do desconto de 14% para quem recebe até o valor do teto do INSS (R$7.087,22).

“Estamos trazendo nesse ato trazendo o que representa o desamor do governo Belivaldo Chagas com às mães e avós aposentadas. Desde abril de 2020 que o governo do Estado confisca 14% das aposentadorias e isso tem trazido muitas dificuldades. Nós mulheres somos mais de 80% do magistério sergipano e somos nós que sofremos esse massacre do governo estadual”, afirma a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.

Ocupação Sergipeprevidência

Ao final do ato, as professoras foram ao prédio do Sergipeprevidência para protocolar ofícios solicitando informações sobre o pagamento da parte do governo ao fundo previdenciário e mais uma vez solicitando a revogação do desconto.

Para o SINTESE não há mais justificativa que o governo do Estado continuar o 14% das aposentadorias e pensões. Em agosto de 2021, o sindicato enviou aos deputados estaduais análises feitas pelo DIEESE, com dados fornecidos pela Secretaria da Fazenda, de que não há mais déficit previdenciário.

“Entendemos que o desconto tem que acabar agora, a situação dos aposentados é muito difícil. As pessoas estão penduradas em créditos consignados. E há uma novidade, semana passada o Congresso Nacional aprovou uma lei onde os Estados e Municípios irão receber recursos dos leilões do pré-sal que devem ser usados com a previdência”, disse o vice-presidente do SINTESE, Roberto Silva dos Santos.

O ato em Aracaju foi o primeiro de outros que acontecerão no interior sergipano. A agenda de luta das aposentadas será definida na assembleia unificada realizada no dia 06 de maio às 9h no Cotinguiba Esporte Clube.