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SINTRAF Lagarto é novo sindicato filiado da CUT Sergipe

Publicado: 26 Outubro, 2021 - 17h05 | Última modificação: 26 Outubro, 2021 - 17h20

Escrito por: Iracema Corso

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) deseja boas-vindas aos companheiros do SINTRAF Lagarto (Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares de Lagarto) que aprovaram em assembleia geral a sua filiação à CUT na manhã da segunda-feira, dia 25 de outubro.

O SINTRAF Lagarto possui 59 anos de existência e reúne 22 mil trabalhadores rurais do município de Lagarto. Segundo os dirigentes sindicais, o objetivo da filiação à CUT Sergipe foi intensificar a luta sindical contra a perda de direitos e benefícios sociais que afetam diretamente a vida de muitas famílias de agricultores rurais.

Evandro Silva, presidente do SINTRAF Lagarto citou a construção conjunta da Greve Nacional e do Grito dos Excluídos como importantes mobilizações realizadas junto à CUT.

“A gente tem uma afinidade maior em relação à luta com unidade dos trabalhadores, construída aqui no município pelo SINTESE e pela CUT. O Grito dos Excluídos em Lagarto foi muito importante, mobilizou trabalhadores rurais do nosso sindicato. E todos têm consciência de que precisamos avançar na luta. Quando o Governo Federal não repassa recursos para o Pronaf, somos diretamente afetados. A política nacional favorece o agronegócio. No dia-a-dia do agricultor familiar, é uma grande perda”, afirmou Evandro.

Evandro Silva citou a destruição da Previdência social por Bolsonaro e Temer e os efeitos sobre a população que produz alimento.

“Temos trabalhadores rurais que chegam aos 60 anos trabalhando na roça e têm que ir na Justiça pra conseguir se aposentar. O atendimento agora é virtual, faltam servidores para nos atender, é difícil conseguir marcar a perícia e ainda tem a Análise da Situação, mais uma etapa para receber o benefício social. Tudo é muito lento, os prazos vencem e o benefício é indeferido. Ficamos sem salário maternidade, sem auxílio doença, sem auxílio de acidente rural. A população do campo está sofrendo muito com o desmonte do serviço público que já começou”, afirmou o presidente do SINTRAF Lagarto.


Secretária do SINTRAF Lagarto, agricultora familiar desde menina, Verônica Oliveira diz que foi uma lição de vida participar da Marcha das Margaridas. Ela não esquece o dia em que se filiou ao sindicato.

“Dia 24 de dezembro de 2008 me filiei ao SINTRAF Lagarto e cada vez mais fui participando da luta sindical. Como mulher jovem, trabalhadora do campo, eu sei da importância das políticas públicas. Foi na Marcha das Margaridas que conseguimos a titulação conjunta obrigatória da terra, que fez com que mais 70% dos títulos de terra emitidos tivessem a mulher como primeiro titular. E eu sou uma dessas mulheres", ressaltou.

Segundo Verônica, foi com a luta dos Agricultores Famíliares que as demandas do Grito da Terra Brasil se transformaram em política pública, o Programa Nacional de Crédito Fundiário. "Consegui meu lote, sou assentada rural, moro e produzo na minha terra. Imagine se todas as mulheres do campo tivessem acesso à terra própria. Na Marcha das Margaridas, no combate à violência contra a mulher, por direitos iguais e contra o machismo que mata mulheres; contra o retrocesso do governo Temer e Bolsonaro, para que as políticas públicas cheguem ao nosso município, por isso vamos lutar, agora junto à CUT”, declarou Verônica.

A assembleia geral de filiação à CUT contou com a presença dos dirigentes do SINDLAGARTO (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Lagarto) Fagner (1º secretário), Juan (Secretário de Comunicação), a vice-presidenta da CUT Ivônia Ferreira, o agricultor familiar Alberto Marques Santos do Sindicato de Agricultores Familiares de Aquidabã e o dirigente da CUT Sergipe e da Fetam, João Fonseca.

“É importante demais a filiação de hoje do SINTRAF Lagarto. É o maior sindicato de trabalhadores rurais do estado de Sergipe e amplia nossa luta junto aos trabalhadores rurais da região centro sul. É um fato que fortalece a nossa luta pela vitória dos trabalhadores do campo e da cidade em Sergipe”, disse João Fonseca.