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Siri na Lata 2020: sindicatos denunciam ataques aos trabalhadores

Bloco tradicional da CUT/SE leva alegria e conscientização para as ruas de Aracaju na abertura dos festejos momescos

Publicado: 21 Fevereiro, 2020 - 17h38 | Última modificação: 21 Fevereiro, 2020 - 18h16

Escrito por: Assessoria de Comunicação

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O protesto carnavalesco da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Sergipe, o SIRI NA LATA, há 14 anos marca a abertura do Carnaval no estado. Os sindicatos filiados à CUT/SE todos os anos usam o bom humor e a cultura popular para levar a pauta dos trabalhadores ao conhecimento da população. E em 2020 não foi diferente. Reforma da Previdência, a privatização e terceirização dos serviços públicos nas diversas instâncias do Poder Executivo, o desrespeito às leis trabalhistas, o aumento da passagem de ônibus na capital e a defesa dos direitos das mulheres foram alguns dos temas lembrados pelo cortejo.

De acordo com o presidente da CUT/SE, Roberto Silva, a meta é falar sobre e para o trabalhador. “O Siri está aproximando dos cidadãos o debate contra as privatizações e em defesa do serviço público. Também contra o aumento da passagem de ônibus, que afeta diretamente os trabalhadores. Queremos a revogação da reforma da previdência estadual e nacional, que ataca os direitos dos trabalhadores; ou seja, o Siri traz pautas importantes para classe trabalhadora no Brasil e em Sergipe. Mostramos, com irreverência, os impactos dessas medidas em nossas vidas”, explicou.

Na mira do governo federal, os trabalhadores dos Correios também ‘pularam’ no Siri. O coordenador geral do Sintect/SE (Correios) e secretário de Cultura da CUT/SE, Jean Marcel detalhou as artimanhas de Jair Bolsonaro para privatizar o serviço. “Os ataques são muitos. E a gente traz para a rua essa crítica social para mostrar à população como isso é grave. Podemos exemplificar com a questão do nosso plano de saúde. Por decisão do Supremo Tribunal Federal atendendo a um apelo do governo federal, quem trabalha nos Correios passou a custear integralmente o valor do plano de saúde. Isto onerou os salários e está esvaziando o plano. O objetivo, é acabar com o auxílio-saúde e tornar a venda da empresa mais atrativa para o setor privado”, descreveu.

Lideranças do Sindicato das Trabalhadoras domésticas também construíram o ato. A vice-presidente do Sindoméstica, Quitéria Santos, fez uma fala didática. “Buscamos dialogar com a população para dar o nosso recado: direito não é para ficar no papel, é para ser cumprido. Também não toleramos o trabalho infantil, que é proibido há anos, mas ainda existe por debaixo dos panos; também mostramos que a trabalhadora doméstica tem os mesmos direitos e carga horária que outros trabalhadores celetistas, então, jornada noturna ou trabalho aos finais de semana, além da carga horária prevista, deve ser pago com adicional e hora-extra”, explicou.

Outro recado importante que foi dado diz respeito ao direito das mulheres trajarem o que bem entenderem e não serem assediadas pelos homens. Várias mulheres carregaram plaquinhas denunciando assédio sexual. “Que a gente possa curtir o Carnaval do jeito que a gente quer: de short, de saia, de blusinha, todos respeitando as mulheres. Não é não”, lembrou Cláudia Oliveira, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE. Na política de destruição dos direitos dos trabalhadores, as mulheres são as mais atingidas, pois devido à reforma da previdência de Bolsonaro e a reforma da previdência de Belivaldo, as mulheres irão trabalhar mais.


Bolsonaro, Belivaldo e Edvaldo

O bloco não poupou críticas ao presidente da república, ao governador estadual e ao prefeito municipal, que claramente se alinham ao campo reacionário que se fortalece no cenário político brasileiro. O grito contra a reforma da previdência nacional e estadual ecoou durante todo o percurso. A notícia do aumento absurdo no valor do transporte público de Aracaju também foi denunciado pela Secretária de Relações do Trabalho da CUT/SE, Caroline Rejane.

“Sou usuária dos ônibus e sei que a maioria dos trabalhadores que nos ouve aqui, formais e informais, também necessita do ônibus para se locomover. Mas aumentar a passagem de R$ 4,00 para R$ 4,50 é vergonhoso. O serviço é ruim, quando existe. Os veículos estão quentes, velhos, sujos e cheios de baratas. É esse o transporte que a gente merece, prefeito Edvaldo Nogueira?  Somos nós, nas ruas, dando o recado: trabalhador não é parasita. O presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes esperam que a gente morra trabalhando, querem nos negar o direito à aposentadoria. Todo mundo está trabalhando porque precisa. Mas Bolsonaro, Belivaldo e Edvaldo querem nos explorar. Querem que a gente morra trabalhando”, alertou Caroline.

O cortejo do Bloco SIRI NA LATA contou com a presença de trabalhadores e sindicalistas da CUT, SINTESE, SINDISERVE Poço Verde, SINDISAN, SINDOMESTICA, SINTECT/SE, SINDIPEMA, SINERGIA, SINDIJUS, o deputado Iran Barbosa e militantes do seu Mandato, militantes do PT, entre outras lideranças sindicais e do movimento social.