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Siri na Lata leva as bandeiras de luta da classe trabalhadora para o dialogo com a sociedade

Já é tradição! Em sua 6ª edição, o mais original bloco dos trabalhadores e trabalhadoras de Sergipe, o Bloco Siri na Lata levou para as ruas do Centro de Aracaju as várias bandeiras de luta da classe trabalhadora, nesta sexta-feira, 17 de...

Publicado: 18 Fevereiro, 2012 - 00h18

Escrito por: Laisa Galdina

J tradio! Em sua 6 edio, o mais original bloco dos trabalhadores e trabalhadoras de Sergipe, o Bloco Siri na Lata levou para as ruas do Centro de Aracaju as vrias bandeiras de luta da classe trabalhadora, nesta sexta-feira, 17 de fevereiro. Abrindo o Carnaval de rua de Aracaju, o Siri na Lata teve concentrao na Praa Fausto Cardoso, saindo em seguida pelas principais ruas e calades do Centro, dialogando com a sociedade sobre as pautas de reivindicao dos sindicatos CUTistas.

O Siri na Lata uma oportunidade da classe trabalhadora levar suas pautas de reivindicao para as ruas, dialogando com a sociedade de forma irreverente, mas mostrando a real luta dos trabalhadores. Entendo que uma grande conquista para a CUT/SE realizar o Bloco Siri na Lata pelo stimo ano consecutivo, mostrando que os trabalhadores esto unidos na luta pela conquista e manuteno dos seus direitos, avalia Roberto Silva, diretor da CUT/SE e organizador do Bloco Siri na Lata 2012.

A irreverente manifestao teve incio com uma ao definida e articulada em torno do Ministrio Pblico Estadual (MPE). Trata-se de uma Representao ao rgo de controle sobre os gastos pblicos na festa conhecida como Pr-Caju. Conforme divulgado na imprensa, uma soma significativa de recursos pblicos so destinados a cada ano para a viabilizao da realizao de uma prvia carnavalesca, o Pr-Caju, promovida pela iniciativa privada.

Estamos pedindo ao MPE que abra uma discusso e investigue melhor os gastos pblicos que so feitos no Pr-Caju. Como so feitos esses gastos? Qual o valor real desses gastos? preciso esclarecer que esse dinheiro deve ser destinado a outros fins e no a uma festa privada que pode muito bem ir atrs do dinheiro da iniciativa privada. O dinheiro pblico deve ser gastado com a educao, sade, transporte coletivo, como tambm com o Carnaval de rua, que o verdadeiro Carnaval do povo, enfatiza George Washington, diretor da CUT/SE.

No documento protocolado no MPE, a CUT/SE afirma que o Poder Pblico de Sergipe tem negligenciado manifestaes culturais locais como o carnaval popular de rua, tanto em Aracaju como nos municpios sergipanos, alegando sempre falta de recursos. Entretanto, para manter o Pr-Caju, parece no haver empecilhos financeiros. O que se constata o desvio de finalidade do uso de recursos pblicos, inclusive atravs de emendas parlamentares, aloca volumes expressivos de recursos para tal evento gerando vultosas somas de lucros para determinado grupo empresarial de natureza privada, enquanto a populao enfrenta os pssimos servios pblicos prestados sociedade.

Citando Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000), bem como a Lei da Transparncia (Lei 12.527/2011), no tocante obrigatoriedade dos gestores darem total transparncia dos gastos pblicos , a CUT/SE solicitou ao MPE o cumprimento da legislao, tanto no tocante aos recursos pblicos financeiros como materiais e humanos, diretos e indiretos alocados no Pr-Caju. Para alm disso, dar a devida publicidade das mesmas, de modo que a sociedade possa acompanhar e avaliar a legalidade, a pertinncia e a racionalidade da aplicao do montante dos impostos pagos pelos cidados, destinados festa carnavalesca em referncia, declara o documento da CUT/SE.

Pautas CUTistas no Siri na Lata

Entre outras bandeiras, a CUT/SE levou para as ruas a discusso sobre a reduo da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas. Estudos apontam que com essa reduo mais de 2 milhes de empregos sero gerados. A central sindical tambm saiu em defesa das trabalhadoras, no tocante questo do combate violncia contra a mulher, que cresce a cada dia; como tambm em defesa da abertura dos arquivos da ditadura, o povo que no rev sua histria tende a repeti-la.

Outras bandeiras de luta que estiveram em pauta foram: polticas pblicas para juventude de incluso social; 10% do PIB para educao e respeito ao piso salarial dos professores; reforma agrria e urbana; plano diretor participativo que respeite os interesses do povo aracajuano e NO das construtoras; contra aumento da passagem de nibus; e fechamento do comrcio em todos domingos e feriados

Pode at ser um momento de festivo, mas os trabalhadores e trabalhadoras no podem cochilar. A todo momento a populao pode ver as tentativas de retirada de direitos da classe trabalhadora. Por isso, a CUT refora sua iniciativa de reunir os seus sindicatos filiados, levando a luta da classe trabalhadora para as ruas e no deixando que ela fique esquecida nunca. O nome do bloco revela bem isso. O Siri na Lata significa um siri raivoso, que tem vontade de brigar, vontade de lutar por sua liberdade e por seus direitos, vontade de partir para a vida, partir para as ruas e para as lutas sociais, pontuou George Washington.

Siri na Lata j tradio

Diversas categorias desfilaram suas bandeiras de luta no Bloco Siri na Lata. Estiveram presentes os sindicatos: SINTESE, Sindijor, Sinergia, Sindimina, SINDISERJ, Sinditic, SINTUFS, STASE, Sindiserve Canind, Comercirio de Estncia, Sindisan, Sindiserve Glria, Sintradispen, dentre outros.

O presidente do Sindicato dos Servidores Pblicos de Canind de So Francisco (Sindiserve Canind), Edmilson Balbino Filho revelou as pautas de luta que o sindicato trouxe: os trabalhadores de Canind de So Francisco esto sem isonomia salarial, com salrios defasados e sem condies de trabalho.

Canind hoje uma cidade privilegiada, que tem uma arrecadao superior a 8 milhes e meio de reais. No entanto, a valorizao dos trabalhadores ainda no chegou l. Servidores ainda recebem salrios compatveis com municpios que tm arrecadao 5 vezes menos que Canind. Ns estamos lutando tambm pela regularizao da folha de pagamento, j que nesta contam mais de 200 servidores que recebem salrios de 2 4 mil reais e que no trabalham. So comissionados que o prefeito admitiu e que no exercem suas funes. Isso s trs prejuzo para os servidores. Por essas e outras, foi deflagrado no dia 27 de fevereiro Greve no servio pblico de Canind pela valorizao dos servidores, porque hora do municpio valorizar seus funcionrios garante Edmilson.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor) Caroline Santos afirmou que o sindicato est iniciou a Campanha Salarial da categoria esta semana, na tera-feira, 14, em Assemblia, onde definiram a pauta da Campanha, que ser conjunta com os Radialistas, como tem sido feito todos os anos. Em 2012 eles buscam um aumento real, com uma proposta do ndice do INPC (ndice Nacional de Preos ao Consumidor) mais 12%. A jornalista lembrou que em alguns lugares propostas de Piso Salarial para jornalistas esto beirando os 3 mil reais, enquanto que aqui em Sergipe, o Piso da categoria de R$1.103,00.

Temos tambm outras reivindicaes, como por exemplo a questo da liberao dos dirigentes do sindicato, que hoje no tm o mnimo de liberao para poder atuar com o sindicato; gratificao de chefia; clusulas sociais para serem discutidas com o sindicato patronal. Ns esperamos que 2012 seja uma ano diferente, e que os jornalistas consigam melhorias no s de salrio, mas tambm de condies de trabalho, destacou Caroline.

Confiram mais informaes, fotos e comentrios do Bloco Siri na Lata 2012 no facebook da CUT Sergipe