Vai ter de novo: pizza e doce de leite no TCE
Publicado: 20 Julho, 2019 - 12h43 | Última modificação: 20 Julho, 2019 - 16h34
Escrito por: Assessoria

A pizza simboliza a impunidade e o doce de leite simboliza a operação navalha. Com estes dois símbolos, na porta do Tribunal de Contas de Sergipe, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) protestou na manhã da última quinta-feira, dia 18 de Julho, contra o retorno de Flávio Conceição ao órgão fiscalizador.
O ex-conselheiro Flávio Conceição foi aposentado compulsoriamente em 2011 e condenado em primeira instância como resultado das investigações da Polícia Federal na Operação Navalha. Para entender melhor as razões da manifestação, acesse o link e confira a Nota da CUT/SE (https://se.cut.org.br/noticias/operacao-navalha-nao-pode-terminar-em-pizza-muito-menos-em-doce-de-leite-8755?fbclid=IwAR2YJSo9fTK3_d1YP0XSV9hxTecvA3cWspO34rSAsYHggA4kXF1o_Fu8T2g).
“Trouxemos pizza porque a gente espera que não 'termine em pizza' e doce de leite, porque foi a senha usada na hora de entregar o dinheiro da corrupção, segundo os áudios da Polícia Federal”, afirmou o dirigente do SINTESE e diretor de Formação da CUT/SE, Roberto Silva, no início do protesto que contou com a presença de dirigentes de várias organizações, entre elas, o SINTUFS, SINDIPEMA, SINDIFISCO, ADUFS, Frente Brasil Popular, entre outras.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores(CUT/SE), Rubens Marques, defendeu a importância do Tribunal de Contas para garantir a transparência das contas públicas e fiscalizar a devida aplicação do recurso público.
"O movimento sindical e principalmente os sindicatos de servidores municipais não têm nenhum interesse em ver o Tribunal de Contas desmoralizado, sendo chamado de 'Tribunal de Faz de Conta'. No passado, os prefeitos não pagavam o salário dos servidores, e contratavam banda de R$ 300 mil, de R$ 200 mil, enquanto o servidor passava fome. Fim de ano, não pagava 13º, não pagava salário, mas contratava bandas para fazer festa. Foi a partir da presidência de Clóvis Barbosa que pautamos mais uma vez a necessidade de intervenção do Tribunal. Naquele momento, o TCE estava de recesso, então o conselheiro Clóvis, de forma monocrática, acatou o pedido da CUT. De imediato, o prefeito que não estava com o salário do servidor em dia ficou proibido de fazer festa com o dinheiro público", recordou o professor Dudu acrescentando que, em seguida, a decisão foi confirmada no Pleno.
O professor Adelmo Santos do SINDIPEMA reforçou o papel essencial do Tribunal de Contas. “Foi constatado que 21 escolas da Rede municipal não têm condições mínimas de funcionamento devido a problemas em sua estrutura. Precisamos que o TCE fiscalize o município de Aracaju que não está cumperindo os 25% de investimento em educação, mas quase 16%. Já fizemos essa denúncia oficialmente e não tivemos resposta. Todos os sindicatos precisam que o Tribunal seja um órgão fisacalizador, forte, respeitado e atuante para cumprir seu papel de fiscalizar a aplicação de verbas públicas ”, destacou.
Vai ter ato de novo
Durante a manifestação, a assessoria do TCE informou que o julgamento dos embargos de Clóvis Barbosa sobre o retorno de Flávio Conceição ao TCE foram adiados para a próxima quinta-feira. No mesmo momento, o presidente da CUT/SE garantiu que na manhã da próxima quinta-feira, dia 25 de julho, haverá novo protesto na porta do TCE.
O dirigente do SINDIFISCO, Ivan Oliveira, afirmou que o movimento sindical e a população que acompanhou os desdobramentos da Operação Navalha não tem como se calar diante da possibilidade de Flávio Conceição retornar ao TCE. “Não dá para a população de Sergipe engolir. Esse cidadão não tem condição nenhuma de participar deste órgão”.
A ex-deputada estadual Ana Lúcia (PT) participou do protesto. Ela era parlamentar no momento em que houve o afastamento de Flávio Conceição do TCE. "Tenho vários documentos comprovatórios, registros por escrito, um escândalo envolvendo doações de apartamentos em Salvador, com o nome de vários empresários da construção civil envolvidos. Tantas vezes estivemos aqui na porta do TCE com o nosso companheiro Góis da CUT denunciando com doce de leite para que não houvesse impunidade sobre as revelações da Operação Navalha. Por tudo isso, eu espero que na próxima semana a população sergipana tenha a tranquilidade de saber que o Tribunal de Contas de Sergipe referendou a permanência dos atuais conselheiros e conselheiras”.