Escrito por: Iracema Corso

Vai ter greve da saúde em Aracaju?

Acertando as contas: mobilizados e unidos, trabalhadores da saúde querem colocar um ponto final nos 6 anos de arrocho salarial

Para sanar as perdas salariais acumuladas desde o ano de 2016, os trabalhadores da saúde reunidos no Movimento Unificado da Saúde de Aracaju – TODOS PELO REAJUSTE SALARIAL reivindicam recomposição salarial de 37,48%.

No dia 7 de março, a assembleia geral unificada com indicativo de paralisação deixou os representantes da Prefeitura Municipal de Aracaju em estado de alerta. Assim, após o anúncio da assembleia, os trabalhadores conseguiram reabrir o diálogo e foram chamados para conversar na sexta-feira, dia 4 de março.

Representantes da Administração afirmaram que vão estudar o impacto da recomposição salarial dos trabalhadores antes de dar uma resposta definitiva sobre o assunto. No dia 21 de março haverá uma nova rodada de negociação com a PMA e a bancada sindical representativa da saúde. Foi aprovada por unanimidade na assembleia unificada da segunda-feira uma outra assembleia para o dia 22 de março com objetivo de repassar as discussões e decidir os rumos do movimento a partir da resposta que será dada pela Prefeitura Municipal de Aracaju.

A sindicalista Rosely Anacleto do SINDASSE (Assistentes Sociais) usou a música "mentiras sinceras me interessam" de Cazuza para desfazer a informação da gestão de que tinha interesse em negociar desde 2020, quando a pandemia teria abortado esse intento. A sindicalista lembrou dos inúmeros ofícios protocolados e das possibilidades de existir reuniões virtuais, situação ignorada pela PMA, que só se manifestou agora com ameaça de paralisação.


Em sua fala, Rosely Anacleto ainda citou a deficiência dos EPIs, a hiper-exposição ao adoecimento e à morte, quando outros trabalhadores puderam realizar trabalho remoto. “Durante a pandemia, ainda sofremos a negação do percentual máximo de insalubridade de 40% e o aprofundamento da precarização das condições de vida dos profissionais que hoje praticamente se equipara aos usuários assistidos”.

A dirigente sindical Graziella Andrade do SINDINUTRISE (Nutricionistas) destacou que a data-base dos servidores públicos da Prefeitura de Aracaju é abril, então a recomposição salarial precisa ser definida logo. "Nossa expectativa é que neste ano o Estatuto dos Servidores seja cumprido. Nós cobramos a valorização que nos é devida. Nós Nutricionistas trabalhamos com a qualidade de vida. Através da alimentação, podemos tratar, prevenir, evitar internamentos gerando até uma redução de custos na saúde. O Nutricionista trabalha de forma integral com o individuo e estamos numa tabela muito abaixo de outros trabalhadores da saúde, junto aos Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas e Farmacêuticos. Chega de desvalorização".

Além dos profissionais da saúde já citados, o Movimento Unificado da Saúde de Aracaju – TODOS PELO REAJUSTE SALARIAL também é composto por Médicos, Enfermeiros, Agentes Comunitários e de Combate a Endemias e demais trabalhadores da Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju.