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Visibilidade: 7ª Caminhada para Oxalá luta contra intolerância religiosa em Sergipe

Pela paz, liberdade, axé e contra o racismo religioso, comunidades de religião de matriz africana caminham na 13 de Julho em Aracaju

Publicado: 26 Janeiro, 2022 - 12h11 | Última modificação: 26 Janeiro, 2022 - 12h26

Escrito por: Iracema Corso

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No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, sexta-feira, 21 de janeiro, comunidades de religião de matriz africana andaram juntas pela Avenida Beira Mar até a Praia Formosa, em Aracaju, na 7ª Caminhada para Oxalá. Casas de axé de todo o Estado de Sergipe participaram da 7ª Caminhada para Oxalá, organizada pelo Fórum Sergipano de Religiões de Matriz Africana e pela REMA (Rede de Matriz Africana).

A 7ª Caminhada para Oxalá prestou homenagem à Iyalorixá Mãe Marizete (Oya Matamba). “Mãe de um terreiro centenário de Aracaju, o Abassá São Jorge, localizado na Rua mãe Nanã, no Bairro América, um terreiro com história de luta para preservação e defesa da religião de matriz africana em Aracaju, essa autoridade religiosa do nosso Estado está prestes a completar 92 anos de vida e é mais do que merecedora da nossa homenagem”, explicou Irivan de Assis, membro do Fórum Sergipano de Religiões de Matriz Africana.

A banda de Afoxé Omo Oxum trouxe cultura negra para uma das principais avenidas da cidade de Aracaju. “O povo de axé atendeu ao nosso chamado, e isso foi muito positivo porque a presença do povo de axé reafirmou o compromisso coletivo no combate ao racismo religioso. A visibilidade da 7ª Caminhada para Oxalá foi muito importante. Viemos para a rua com a bandeira de luta pela liberdade religiosa”, observou Irivan de Assis.

Desejando boa sorte e bênção a todos os presentes, a Iyalorixá Lígia do Ilê Axé Odé Fará, secretária nacional da REMA (Rede de Matriz Africana) falou: “awurê, povo de axé que veio construir a 7ª Caminhada para Oxalá, porque é muito importante a defesa do nosso direito e a manutenção da nossa liberdade de culto à nossa ancestralidade. A nossa luta é pela liberdade, paz e axé”, afirmou.

Arlete Silva, secretária de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe), reforçou que a data de 21 de janeiro precisa sempre ser lembrada até que a violência racista contra o povo de axé seja superada na nossa sociedade.

“Comemoramos a caminhada para Oxalá e protestamos contra a intolerância religiosa neste dia 21 de janeiro. A intolerância está relacionada diretamente com o preconceito e o racismo estrutural onde pessoas negras não têm direito a cultuar sua religião. A religião de matriz africana pode ser cultuada por negros e brancos e neste dia a gente entoa a voz contra a intolerância religiosa, aos que chamam de bruxaria, ‘macumba’ de forma pejorativa. Precisamos desmistificar este preconceito e as pessoas precisam compreender que todas as religiões devem ser respeitadas”, afirmou Arlete.