Escrito por: Iracema Corso
Pela paz, liberdade, axé e contra o racismo religioso, comunidades de religião de matriz africana caminham na 13 de Julho em Aracaju
No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, sexta-feira, 21 de janeiro, comunidades de religião de matriz africana andaram juntas pela Avenida Beira Mar até a Praia Formosa, em Aracaju, na 7ª Caminhada para Oxalá. Casas de axé de todo o Estado de Sergipe participaram da 7ª Caminhada para Oxalá, organizada pelo Fórum Sergipano de Religiões de Matriz Africana e pela REMA (Rede de Matriz Africana).
A 7ª Caminhada para Oxalá prestou homenagem à Iyalorixá Mãe Marizete (Oya Matamba). “Mãe de um terreiro centenário de Aracaju, o Abassá São Jorge, localizado na Rua mãe Nanã, no Bairro América, um terreiro com história de luta para preservação e defesa da religião de matriz africana em Aracaju, essa autoridade religiosa do nosso Estado está prestes a completar 92 anos de vida e é mais do que merecedora da nossa homenagem”, explicou Irivan de Assis, membro do Fórum Sergipano de Religiões de Matriz Africana.
Desejando boa sorte e bênção a todos os presentes, a Iyalorixá Lígia do Ilê Axé Odé Fará, secretária nacional da REMA (Rede de Matriz Africana) falou: “awurê, povo de axé que veio construir a 7ª Caminhada para Oxalá, porque é muito importante a defesa do nosso direito e a manutenção da nossa liberdade de culto à nossa ancestralidade. A nossa luta é pela liberdade, paz e axé”, afirmou.
“Comemoramos a caminhada para Oxalá e protestamos contra a intolerância religiosa neste dia 21 de janeiro. A intolerância está relacionada diretamente com o preconceito e o racismo estrutural onde pessoas negras não têm direito a cultuar sua religião. A religião de matriz africana pode ser cultuada por negros e brancos e neste dia a gente entoa a voz contra a intolerância religiosa, aos que chamam de bruxaria, ‘macumba’ de forma pejorativa. Precisamos desmistificar este preconceito e as pessoas precisam compreender que todas as religiões devem ser respeitadas”, afirmou Arlete.