"Vontade popular lotou as ruas na Greve Geral em defesa da aposentadoria", Dudu
Publicado: 17 Junho, 2019 - 19h46 | Última modificação: 18 Junho, 2019 - 15h10
Escrito por: Iracema Corso
Da Pça General Valadão até o fim do Calçadão da 13 de Julho, mais de 10 mil manifestantes participaram do ato público em Aracaju na tarde e noite da sexta, dia 14 de Junho, data da Greve Geral em defesa da aposentadoria, da educação pública e por emprego.
Em todo o Brasil, cerca de 45 milhões de pessoas ocuparam as ruas para derrubar a Reforma da Previdência. Em Aracaju, poucos ônibus circularam no dia da Greve Geral, graças à resistência organizada por sindicatos, movimentos sociais e estudantes nas garagens das empresas de ônibus. Em adesão à greve, houve pouco movimento no comércio.
O protesto da tarde se encerrou no bairro com o metro quadrado mais caro de Aracaju. "Com milhares de pessoas, a vontade popular lotou as ruas de Aracaju, trancou a Avenida 13 de Julho com música, luta e resistência para dizer que não aceitamos a destruição da Previdência pública brasileira. Não foi fácil construir a Greve Geral, a repressão policial foi forte, a situação exigiu esforço e dedicação de muitos militantes, mas conseguimos dar o recado para os deputados e senadores sergipanos que querem acabar com a aposentadoria do povo brasileiro", avaliou o presidente da CUT, o professor Dudu.
O dirigente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Aquidabã, Alberto Marques Santos participou da Greve Geral em Aracaju e explicou que para os rurais, já houve uma mini reforma com a PEC 871. "O Governo Federal suspendeu benefícios de trabalhadores rurais aposentados há 5 ou 10 anos, obrigando que eles dêem entrada de novo na aposentadoria. Quem não tem mais os papéis, vai ficar sem o benefício. Ao completar 65 anos, o governo quer jogar os trabalhadores idosos no Loas. A primeira proposta foi de que eles recebessem R$ 400. Tudo isso piora com a Reforma da Previdência, que aumenta a idade pro trabalhador se aposentar, quer tirar a Previdência da Constituição para poder pagar um benefício inferior ao salário mínimo e mudar a lei da Previdência a qualquer hora e com mais facilidade".
Na véspera da greve geral, foi divulgado que os agricultores e trabalhadores rurais não seriam prejudicados pela Reforma da Previdência, Alberto Santos explicou que isso não muda a luta contra a Reforma. "Nós rurais, já estamos sendo prejudicados por esse projeto político. Está claro que o objetivo é acabar com a Previdência brasileira, o que vai prejudicar todos os brasileiros do campo e da cidade, do presente e gerações futuras", resumiu.
Na Greve Geral, os sindicatos municipais filiados à FETAM (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal) e à CUT paralisaram o serviço para se somar à luta e barrar a contra reforma da previdência e os cortes do orçamento da educação e demais políticas públicas.
A presidenta da FETAM e diretora de Políticas Sociais da CUT/SE, Itanamara Guedes, informou que os sindicatos de servidores dos municípios de Glória, Poço Verde, Própria, Boquim, Canindé do São Francisco e Moita Bonita participaram da manifestação em Aracaju da Greve Geral. "A força e unidade política dos trabalhadores vão derrotar as medidas ultraliberais desse governo fascista e conseguirão restabelecer a democracia", afirmou Itanamara.
A Greve Geral foi realizada pela CUT, UGT, CTB, CSP/Conlutas, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.