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CUT debate machismo: 21 Dias de Ativismo e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher

Publicado: 09 Dezembro, 2025 - 17h57 | Última modificação: 10 Dezembro, 2025 - 13h16

Escrito por: Iracema Corso

Na manhã da quarta-feira, dia 10 de dezembro, completam os 21 dias de Ativismo e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Ao longo deste período, o Coletivo de Mulheres da CUT-SE denunciou diferentes formas de violência praticadas contra a mulher. Ao levar informação, o intuito é combater o preconceito machista que autoriza todas as formas de violência praticadas contra a mulher.

O primeiro assunto abordado foi o PDL da Pedofilia, que dificulta a realização de abortos em crianças e adolescentes grávidas, vítimas de estupro. O alarmante é que a vida das crianças está sendo posta em risco, pois a cada 2 dias uma menina de até 14 anos morre em decorrência de gravidez, sendo que 76% dos estupros no Brasil são cometidos contra crianças e adolescentes com menos de 14 anos.

No dia 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra, a CUT-SE ocupou as ruas junto ao movimento negro, sindicatos e centrais sindicais, no ato construído pelo Fórum das Entidades Negras de Sergipe. No protesto, a vice-presidenta da CUT-SE, Carol Rejane, falou sobre a política de cuidados, o trabalho invisível realizado em sua maioria por mulheres e que é desvalorizado e exaustivo, portanto, é fundamental que exista uma política pública voltada para as cuidadoras.

No dia 25 de novembro, a CUT-SE participou da 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras em Brasília, por reparação e bem viver. De acordo com o IBGE, em 2025, o Brasil possui 23,9 milhões de mulheres negras. A injustiça racista e machista no Brasil fica fácil de perceber quando sabemos que mulheres negras têm os menores salários do País.

Com o rendimento médio de R$ 2.264, as mulheres negras recebem 53,2% menos do que homens não negros, recebem 38,7% a menos do que mulheres não negras e recebem salários 20,5% menores do que os salários de homens negros. Além disso, um total de 8% das mulheres negras no Brasil estão sem trabalho, percentual maior que a média nacional de 5,8% de desocupados no Brasil.

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Luta feminista ganha ruas do Brasil
No último domingo, dia 7 de dezembro, a CUT-SE participou nos arcos da Orla de Atalaia, em Aracaju do Dia Nacional de Mobilização “Mulheres Vivas – Feminicídio NÃO!”.

O ato denunciou que o Brasil registra 15 tentativas de feminicídio por dia e 4 mulheres assassinadas diariamente, consolidando-se como o 5º país mais violento do mundo para mulheres. O protesto também foi provocado pelos dois casos de feminicídio no CEFET do Rio de Janeiro, crimes que mostram que o machismo estrutural mata todos os dias.

“Em briga de homem e mulher se mete a colher sim. Não precisamos naturalizar que uma mulher, de qualquer idade, seja morta porque não quer mais permanecer num relacionamento. Também temos que cobrar do estado, do município e do governo federal, ações mais efetivas, porque muitas mulheres querem se livrar da situação de violência, mas não têm nenhum apoio. É preciso que as mulheres possam procurar as delegacias e não ser alvo de chacotas. Procuram o estado e o estado dá as costas. Município, estado e união tem um papel fundamental na proteção das mulheres pobres”, discursou Carol Rejane, durante o protesto.

Além disso, a objetificação da mulher, a cultura do estupro, o tráfico de mulheres, a desigualdade salarial, o etarismo, a violência contra a mulher trans, a violência patrimonial contra a mulher idosa, a violência simbólica, a agressão física, verbal e psicológica, a violência contra as mulheres pescadoras de comunidades ribeirinhas e a violência sexual no transporte público foram temas discutidos pelo Coletivo de Mulheres da CUT-SE nas redes sociais.

As publicações também trouxeram informações sobre a Lei Maria da Penha e o caso da trabalhadora doméstica Sônia, resgatada de uma residência, após décadas de exploração do trabalho doméstico em condições análogas ao trabalho escravo. Trabalhadoras domésticas em todo o Brasil ainda lutam pela libertação de Sônia. Acesse o link e veja as publicações de vídeos e cards durante os 21 Dias de Ativismo e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher.