Marcha Contra Reforma Administrativa quer impedir destruição do serviço público
Presidente da CUT-SE, Roberto Silva repudiou deputados federais Rodrigo Valadares (União Brasil), Thiago de Joaldo (Progressistas) e Yandra Moura (União Brasil) por adotarem política favorável à PEC 38
Publicado: 29 Outubro, 2025 - 17h23 | Última modificação: 30 Outubro, 2025 - 11h49
Escrito por: Iracema Corso
Grande e representativa, a Marcha Contra a Reforma Administrativa, construída pela classe trabalhadora de todo o Brasil, encheu Brasília de luta em defesa do serviço público, em defesa dos direitos dos servidores públicos e contra a corrupção e mau uso do dinheiro público brasileiro sem qualquer tipo de controle e fiscalização por parte dos órgãos e da sociedade.
O alvo do protesto foi o Projeto de Emenda Constitucional (PEC 38), que ataca brutalmente o serviço público que atende a população brasileira nas mais diversas áreas.
O presidente da CUT-SE, Roberto Silva, manifestou total repúdio aos deputados federais de Sergipe, Rodrigo Valadares (União Brasil), Thiago de Joaldo (Progressistas) e Yandra Moura (União Brasil) que assinaram um documento a favor do início da tramitação da PEC 38 no Congresso Nacional.
“Ontem, dia 28 de outubro, foi o dia dos servidores públicos que através da educação, saúde, tratamento da água, esgotamento sanitário, acesso a políticas públicas de assistência social, e nas suas mais diversas áreas, é a servidora e o servidor público que atendem diretamente a população e merecem respeito e valorização. No entanto, o que vemos é o desmonte total para negar o serviço público e obrigar as pessoas a comprarem os serviços da iniciativa privada. Por isso, quero conclamar a população a pressionar os parlamentares de Sergipe a dizerem não à Reforma Administrativa”, declarou o presidente da CUT-SE, Roberto Silva.
DIRETAMENTE DE BRASÍLIA
Os sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT-Sergipe) viabilizaram um ônibus e viajaram para Brasília para participar da Marcha Contra a Reforma Administrativa.
Em Brasília, professoras filiadas ao SINTESE e ao SINDIPEMA formaram um enorme bloco de protesto contra a Reforma Administrativa junto aos militantes sociais, militantes do movimento estudantil, dirigentes do SINDIPREV/SE, do SINDSOCORRO, SINDSEMB, SINTECT/SE e SINDIBARRA.
“Foi uma marcha muito boa, muito representativa com trabalhadores de todas as esferas de governo, estaduais, municipais e federais e trabalhadores do setor privado. Também estiveram presentes, dirigentes sindicais e deputadas e deputados que apoiam esta luta. A Marcha foi o pontapé inicial contra a Reforma Administrativa e vamos nos mobilizar mais para não deixar a ‘PEC-Três-oitão’, como nós apelidamos aqui, destruir todo o aparato do Estado brasileiro”, declarou o trabalhador previdenciário Deivid Christian (SINDIPREV/SE).
“Querem acabar com o servidor público, tirar nossa estabilidade e todos os nossos direitos. Os servidores públicos precisam se unir e cobrar dos deputados. Tem 171 deputados querendo acabar com o serviço público, precisamos cobrar a atuação deles. É uma arbitrariedade o que eles estão fazendo conosco, por isso estamos aqui lutando e precisamos de todos nesta luta”, afirmou, durante a Marcha, a servidora pública do município Barra dos Coqueiros/SE, Mirlene Andrade (SINDIBARRA).
EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO
A Reforma Administrativa que tramita na Câmara dos Deputados vai destruir direitos da classe trabalhadora e prejudicar toda a população brasileira. É uma reforma que não tem nada de moderna. Se aprovada, vai diminuir a quantidade e a qualidade dos serviços públicos no Brasil, o que significa menos escola, menos posto de saúde e menos direitos.
Com a Reforma Administrativa, o salário de servidoras e servidores públicos vai diminuir também, gerando prejuízo para toda a população brasileira. Quando servidoras e servidores públicos ganham menos, a banca da feira vende menos, o restaurante vende menos, a lojinha de roupa vende menos. Todo mundo sai perdendo.
A estabilidade dessas servidoras e servidores é outro ponto importante para garantir os interesses públicos, independente de prefeito, secretário, governador ou presidente. Por isso, o fim da estabilidade é um perigo para o serviço público e para o povo brasileiro, além de favorecer a perseguição política com a ameaça de demissão.
A Reforma Administrativa flexibiliza contratações e reduz autonomia de servidoras e servidores, não traz melhorias reais para a máquina pública, muito menos para o atendimento à população. O que o serviço público necessita para melhorar é de mais concurso, mais servidores, mais investimento para fortalecer o serviço público que atende a população brasileira.
Crédito Imagem: Três Esferas da CUT


