MENU

Luta feminista contra machismo e pelo Fora Bolsonaro se espalha por Aracaju

Publicado: 08 Março, 2021 - 20h56 | Última modificação: 08 Março, 2021 - 21h23

Escrito por: Iracema Corso

notice

No Dia Internacional da Mulher, segunda-feira, dia 8 de março, Aracaju amanheceu com protestos construídos por feministas do movimento sindical e social em diferentes locais da cidade. 

Em ação política, em frente ao Detran, na Av. Tancredo Neves, feministas da CUT, Motu, MST, Levante Popular da Juventude, Frente Brasil Popular, entre várias militantes sociais penduraram uma faixa no viaduto para divulgar a luta neste dia especial. 'Mulheres resistem pela vida #8m #vacinajá #forabolsonaro

No mesmo horário, o Fórum de Mulheres de Sergipe, composto por 44 organizações do movimento sindical e social e mulheres auto-proclamadas, construiu um protesto para denunciar o governo Bolsonaro, a favor da vacina para toda a população, pela vida das mulheres e pelo auxílio emergencial. O ato aconteceu na porta da empresa Alma Viva, no Bairro Industrial,  e também reforçou a luta das trabalhadoras da Alma Viva pelo direito ao trabalho seguro sem assédio moral e sem Covid.

Dirigente do Sindimarketing, Lidiane denunciou que a jornada das trabalhadoras e trabalhadores da Alma Viva ocorre em ambiente de aglomeração, propício à propagação da Covid. “A Alma Viva do Brasil é conivente com esta situação de trabalhadores empilhados e sem nenhuma segurança para trabalhar. É importante que os trabalhadores de telemarketing venham fortalecer o seu sindicato. A prática anti-sindical está muito grande. Os diretores do Sindimarketing estão sendo retirados de dentro da empresa, sofremos perseguição sindical e perseguição política”, denunciou.

Joelma Dias, secretária de Organização e Política Sindical, reafirmou a necessidade de união para vencer esta situação grave de opressão. “Apoiamos a luta das trabalhadoras e trabalhadores da Alma Viva. Os salários estão atrasados, todos os seus direitos estão sendo retirados durante esta pandemia, então estamos aqui como mulheres trabalhadoras reivindicando os nossos direitos e pelo Fora Bolsonaro! Fora toda a sua equipe genocida! Neste dia 8 de março, nada a comemorar e muito por lutar”.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Cláudia Oliveira falou sobre os cuidados com a Covid. “Estamos aqui em frente à Alma Viva apoiando estes diretores sindicais. Uma das diretoras faleceu vítima da Covid. Precisamos de muito cuidado. Trabalhar sem a vacinação é muito perigoso este vírus que está mantando nossa população. Precisamos nos cuidar e cuidar de quem a gente ama. Use a máscara, trabalhador e trabalhadora. Pela irresponsabilidade diante de mais de 250 mil mortes, estamos unificadas nesta luta pelo fora Bolsonaro, vacina para a população e auxilio emergencial já”.

Professora Ivonete Cruz, presidenta do Sintese (Professores), afirmou que mais de 84% de sua categoria é formada por mulheres e manifestou solidariedade contra a opressão machista. ”Nosso apoio e solidariedade a você, trabalhadora e dirigente sindical da Alma Viva. Podemos imaginar a opressão que você enfrenta e parabenizar pela sua coragem para não admitir a opressão e não baixar a cabeça. Na sociedade capitalista que a gente vive, a mulher que ousa lutar é perseguida. Por isso eu peço às mulheres trabalhadoras da Alma Viva solidariedade na luta. Não deixem a companheira só, porque ela representa todas as trabalhadoras oprimidas e massacradas”.

Mortes por Covid
Todas as manifestantes falaram sobre as mortes por Covid-19 em Sergipe e no Brasil. “Não podemos aceitar esta realidade como se não estivesse acontecendo nada. São 1.700 pessoas mortas por dia, é quase como se 10 aviões caíssem todos os dias. Imaginem que esta é a dimensão da catástrofe que o Brasil vive”, comparou Ivonete.

Arlete Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT, mostrou os ônibus lotados que passavam em frente à empresa Alma Viva para mostrar a situação de risco de contaminação por Covid das trabalhadoras usuárias do transporte coletivo.

“Nossa solidariedade também com quem vem trabalhar e para isso enfrenta ônibus lotados. A pandemia não acabou, todo dia a gente precisa reforçar o uso da máscara e do álcool em gel. Tem gente que ainda não acredita no perigo da Covid. Quantas pessoas mais precisam morrer pra que todos tenham consciência? Se tivéssemos um governo federal consciente, responsável e atuante no combate à Covid, não estaríamos passando por isso. Por isso, nossa luta pelo Fora Bolsonaro, pelo auxílio emergencial para as mulheres desempregadas desta pandemia”, afirmou Arlete.

Vacinação Já e Lula Livre
A vice-presidenta da CUT, Ivonia Ferreira, participou do protesto em frente ao Detran e nos turnos da manhã e tarde esteve presente na Vigília, organizada pelo Sintese, em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

Segundo Ivônia, o sindicato protocolou um projeto de lei no gabinete de cada um dos deputados estaduais pedindo agilidade na vacinação de todos os trabalhadores da educação e estudantes da rede pública de Sergipe.

“Devido ao isolamento exigido pela pandemia, não pudemos ocupar as ruas em massa como queríamos. Então cada mulher se manifestou da forma que pôde. Tivemos muito apoio nas redes sociais. Mulheres manifestaram mesmo de suas casas seu repúdio contra este governo machista que está acabando com o Brasil. Estamos numa luta em defesa da vida, por emprego para o povo neste momento. Apesar de ser o mês de luta das mulheres, tivemos apoio de muitos companheiros que participaram. A construção tem que ser esta: homens e mulheres lutando para derrotar o machismo”, afirmou Ivônia.

A vice-presidenta da CUT também comemorou a decisão do ministro Fachin que anulou todas as condenações de Lula pela Lava a Jato e devolveu os direitos políticos do ex-presidente. “Tudo que sofremos hoje com este presidente genocida começou com um golpe machista contra a primeira presidenta eleita no Brasil. Por isso recebemos esta notícia no Dia Internacional da Mulher com muita felicidade e forças para continuar lutando pela democracia”.